A igreja, nós retirados do corpo do próprio Cristo
O Criador formou em um lugar especial, alguém cuja razão de existência ultrapassava qualquer objetivo terreno, a obra poderia se relacionar com Seu Autor, havia ali muitas cores, odores, paixões e sabores, a perfeição foi o cenário do primeiro homem formado, mas a escuridão invadiu a luz do paraíso, apagou o propósito inicial e roubou a imagem pra si. Agora o caminho estava embaçado, ofuscado, sem brilho e cheio de dor, foi aí que começou uma grande jornada em busca da restauração do lugar da perfeição, Deus sai em uma procura incansável por sua criação, tentamos fugir, escapar, nos sujamos, nos cansamos, nos escondemos e reclamamos, fomos gerados em uma condição de impureza, perdemos totalmente a essência de nossa natureza, muitos outros caminhos surgiram nos levando ainda mais longe do lugar de onde jamais deveríamos ter saído. Mas esse não seria o fim, Ele não se cansa, sempre soube que haveria algo maior, mais lindo e depois de muitas fugas, idas e vindas, abandonos e retornos, pronto, chegava a hora do basta, tudo seria consumado, no madeiro o horrendo cenário de dor era na verdade o mais lindo espetáculo de amor já apresentado.
O Cristo, o Prometido, o Libertador, aquele que escolhe por amor preservar a vida, salvá-la do perigo da culpa, retirando a condenação, eliminando a tal destruição, agora a morte foi vencida, ela mesma morreu, não há mais punição, o Rei chegou, o sol brilhou mais forte, o véu rasgou, com forte afeição nos aceitou novamente, decidiu fielmente nos considerar seu próprio prazer e deleite, se deixou ser perfurado por uma lança de onde fomos retirados, de sua própria costela, novamente no jardim, assim como no inicio surgimos dEle para ser parte de Seu corpo, para sermos Seus. Essa vitória não é nossa é dEle, é por Ele, esta é a verdadeira razão da vida e da existência, o Noivo subiu no altar, estendeu sua mão, pegou o mais lindo anel e oferece uma vida de retidão moldada pelo verbo, o dono da visão.
A Noiva é a Igreja, o homem, a mulher, a criação... Sendo assim com os corações conquistados, escravizados por vontade própria devemos obedecê-lo, nos colocar abaixo da imagem visível de Deus, nos sujeitar e submeter a esse alguém que não é ninguém, mas o Tudo, o que sustenta o mundo e tudo o que nele existe. Ele abriu a porta da santidade e da purificação, não apenas para a sua roupa suja, mas a do seu coração, não é impossível, é alcançável e agora acessível.
Nosso futuro é glorioso, sem deformidade, sem mancha, sem ruga, cheio de beleza e pureza, se assim permanecermos, seremos levados para Ele, para contemplar seu belo olhar, melhor será que o vinho, mais gostoso que o melhor perfume que existe, mais doce que o mel, cheio de alegria e sorrisos constantes. O convite ainda está sem data, mas já sabemos... Louvemos a Sua glória, porque chegará a hora da festa do casamento e nós estaremos preparados para recebê-lO, seremos então a esposa do Cordeiro, do Leão.