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Escravos de nós


Somos escravos tentando constantemente servir a dois senhores, dois mundos distintos em si, um que tenta o tempo todo construir coisas finitas e limitadas ao invés de optar por um tesouro eterno e incorruptível. Curioso saber que "Mamom" é uma palavra siríaca que significa ganho e ela pode se referir a qualquer coisa neste mundo que reputemos como um ganho, quer seja físico ou em um âmbito ainda mais perigoso, o reconhecimento (ganho emocional).

O que tenho custado a aprender, é que infelizmente nos tornamos prisioneiros de coisas sem relevância. Em Mateus 6 recebemos a ordem de buscar, desejar e procurar, ou seja, considerar cuidadosamente o Reino de Deus como a prioridade de nossas vidas, devemos entender que é necessário esforçar-se excessivamente para encontrar um lugar em que o próprio Pai é responsável por suprir todas as nossas necessidades, já que essa nova aliança oferece um grande benefício em nosso favor, pois embora tentamos alcançar incansavelmente esse lugar, temos falhado e sido insuficientes em vencer essa cultura que nos rouba verdadeiros tesouros, ainda sim, essa busca sincera tem sido considerada por esse Deus bondoso como uma preocupação cuidadosa e uma tentativa perseverante, é disso que precisamos, permanecer nesse lugar onde não somos mais governados por aquilo que não possui autoridade. Governo é apenas a tendência de ter o poder sobre alguma coisa, mas a autoridade é o direito de realizar tais coisas.

A terra ainda está no plano original estabelecido na criação por Deus, é por isso que ela clama pela manifestação dos filhos de Deus, porque somente nós possuímos a autoridade capaz de levá-la a origem de todas as coisas, quando o Senhor nos faz retornar a esse lugar, é simplesmente porque Ele deseja que possamos compreender tais informações e comecemos a reconhecer que o céu é a nossa origem e a santidade o plano perfeito de Deus para o homem, e só voltaremos a essência e conseguiremos restaurar a origem de todas as coisas, se considerarmos como objetivo principal em nossa vida terrena o céu como nosso destino e trilharmos o caminho da santidade para alcançar esse início. É como uma aliança cujo ciclo não tem fim, é infinito e constante, um caminho onde o começo é o fim e o fim é o começo.

Por isso faço o meu clamor, não como uma pessoa, como um indivíduo só, mas como um corpo que sabe seu lugar, mas não o usufrui, faço a oração da noiva desse tempo, da igreja que se perdeu em meio à confusão de não saber a quem servir, se a nós mesmos ou a um Deus que insiste em habitar em nós, mesmo diante de falhas irremediáveis, através de uma graça que atinge maltrapilhos, seres egoístas em que cuja motivação só consegue olhar para o próprio umbigo. Faremos diferente, não porque somos capazes disso, mas porque nos apaixonamos por alguém que é maior que nós, que vence as nossas emoções, que ultrapassa os desejos da nossa alma e nos faz caminhar até esse lugar sem fim, até que todas essas paixões inúteis finalmente sejam exterminadas. Lutaremos para vencer o comum, o bom, faremos com que o penoso trabalho de nosso amado seja recompensado, não iremos desperdiçar sequer uma única gota de sangue, nos esforçaremos em buscar a eternidade e tudo que ela nos revela. Obrigada Cristo por suas palavras naquele sermão no monte, ensina-nos a vivê-la.


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